sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dia da árvore 2

Nada pôde cortar à árvore do amor dos amantes, mas os amantes seguiram deixando de lado o que crescera entre eles. Seguem olhando sua árvore de longe. Se perguntados, repondem: “Eis nossa árvore tão linda e tão distante. Não podemos viver mais sobre sua sombra. Nem nos deleitar com seus frutos, nem se firmar em seus galhos.” Os amantes calaram os amores. Viraram o olhos para não ver sua árvore, que continua crescendo independente de suas vontades.
Hoje a árvore cresce no vácuo das palavras não ditas. Suas raízes se firmam no poderia vir à ser. Sua sombra acalenta um momento que existiu apenas nos desejos dos corações dos amantes.
A árvore é calorosa e vibrante, mas ao longe parece incolor. Quanto mais se afastarem os amantes, mais ela perderá sua frondosidade. Até o dia em que será apenas uma lembrança, como se nunca tivesse se desenvolvido para eles, que terminarão por acreditar no que veem seus olhos.
Ela crescerá para sempre, entretanto, em algum ponto fixo no espaço e no tempo, florescendo sonhos nos jardins do Criador.

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