segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Noite fria

Dias de inverno. Sempre gostei de dias de inverno. Quando o frio bate no rosto acabo esquecendo da vida e tudo vira uma pintura móvel. Carros passando não são apenas carros, mas uma pincelada de movimentos em tons coloridos cortando a cidade em artérias de fumaça. Prédios não são mais prédios, mas uma formação poético-arquitetônica que me faz lembrar de todos que moram neles e que não conheço, entretanto quisera eu um dia conhecer. Cada apartamento se encerra na idiossincrasia misteriosa de cada morador, cuja revelação só posso imaginar.
Nem as pessoas são mais pessoas. São promessas de vir à ser. Histórias animadas que contribuem pra atmosfera alegre dos dias frios e histórias tensas, mas resolvidas, que dão maturidade e densidade aos dias frios.
Por fim, acho que eu mesmo sou os dias frios. Eu mesmo me faço elemento desta pintura.
Depois quando a noite já caiu é que ela acorda, então já não é mais pintura, mas feixe luminoso de luz e silêncio, onde o mistério ainda se encerra onde posso apenas imaginá-lo e as estrelas trazem sombras de promessas.
Luzes nas sombras da noite fria.

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